Exposição “Pele Barro Pedra Grafite Rio” ocupa a Galeria Rubem Valentim na 508 Sul

Exposição “Pele Barro Pedra Grafite Rio” ocupa a Galeria Rubem Valentim na 508 Sul

“Pele Barro Pedra Grafite Rio” apresenta exposições individuais simultâneas das artistas Fiamma Viola, Isadora Jochims, Léa Juliana, Marianne Nassuno e Triz de Oliveira Paiva. A mostra tem abertura em 25 de agosto, sexta-feira, às 19 horas, na Galeria Rubem Valentim, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul) e permanece aberta para visitação até 08 de outubro com entrada franca.

Exposições individuais simultâneas são um conceito que vem sendo exercitado por Suyan de Mattos, curadora e organizadora do projeto. Desta forma, há um aprofundamento na narrativa de cada artista, que tem poéticas e percursos diferentes. Em comum, além de todas terem o seus trabalhos acompanhados por Suyan, destaca-se a importância da materialidade em suas pesquisas. A coordenação e curadoria de Suyan de Mattos têm um perfil intensamente pessoal, pela sintaxe, pela temática e pelo olhar que ela lança para o mundo das mulheres.

 

Obra de Léa Juliana

 

Seu modo de ver e seu modo de dizer se incorporam à curadoria e pontuam a ambivalência da arte. Afinal, Suyan também é artista. Ela ensina, mentora, faz acompanhamento crítico, refina a linguagem de outras artistas, mas sua voz poética é tão marcante que não tem como ser apagada. Se é difícil entender as escolhas de Suyan, mais complexo ainda seria tentar transcendê-las. Sua incansável procura por novas maneiras de expressar experiências sensoriais, foge da banalidade e tantos males da arte contemporânea.

As cinco artistas convidadas por Suyan são como cinco estudos para um mesmo quadro. Elas utilizam técnicas diferentes e complementares que reunidas, convergem na criação de uma poesia concreta: “Pele Barro Pedra Grafite Rio”.

Suyan se espelha e revela: “A pele de Fiamma é muito forte, ela é mulher com vagina e sem peitos. O barro da Isadora me provoca um estranhamento delicioso desde o início. Os fios vermelhos que seguram as pedras da Léa são minhas cicatrizes. A Marianne faz um sombreamento que nunca consegui fazer. E os galinhos de Triz revestidos de barro me alteraram quando as vi”.

Saiba mais sobre cada artista a seguir:

Fiamma Viola – Multiartista, investiga a noção de habitar um corpo de mulher na atualidade. Através de um trabalho multidisciplinar, articula ideias sobre cultura, construção de identidade, arquétipos e sexualidade, partindo de um labirinto autobiográfico em busca de repensar as ações e forças que agem sobre a noção de corpo e território, criando intersecções entre o íntimo e o universal, indivíduo e sociedade.

Isadora Jochims – Isadora Jochims (1985), goiana e radicada em Brasília é reumatologista e artista visual transdisciplinar. Pesquisa o corpo e seus atravessamentos pela ciência e medicina. Possui interlocução principalmente com mulheres que sentem dores crônicas e possuem diagnóstico de doenças autoimunes. Durante a pandemia vivenciou a morte de dentro do hospital com atendimento direto a pacientes com COVID-19 o que a motivou a realizar um registro poético de sensações e experiências desse período e a trabalhar com humanização do ambiente hospitalar através da arte. Atua coletivamente com pacientes, artistas e profissionais de saúde no Grupo Analgesia questionando símbolos institucionais hospitalares. Utiliza como meio o barro, têxtil e a aquarela. Da anamnese e exame físico à pintura e escultura sua relação com o corpo coletivo feminino é inevitável e íntima, necessária e natural.

 

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Obra de Isadora Jochims

Léa Juliana – Em sua pesquisa, investiga terras e pedras, como elementos principais, e suas interações plásticas com outros materiais que podem surgir de acordo com o trabalho. Os assuntos pesquisados norteiam a escolha das linguagens artísticas que deseja executar e podem transitar por esculturas, pinturas, instalações, fotografias e vídeos. O processo de trabalho se inicia com o deslocamento de seu corpo que, ao percorrer trilhas e realizar caminhadas, colhe o material que se apresenta a ela. São pedras e terras em sua maioria do Cerrado. As pedras colhidas são então esculpidas em um processo que se assemelha a ação dos agentes da natureza. São retiradas camadas finas das superfícies das pedras, com a manutenção de suas cores, texturas e formas originais que já existiam ali mas estavam fora do alcance dos nossos olhos. A essas camadas dá o nome de “peles de pedras”. Nesse processo, estabelece-se uma relação sensorial entre a artista e as pedras: ambas, organismos vivos, que possuem memórias registradas em seus corpos. Cada pedra é única, assim como cada uma das suas peles. E, ao apresentar a matéria mineral em sua forma mais pura, faz também, em alguns trabalhos, a interação delas com outros materiais como, por exemplo, a tinta serigráfica e as linhas. Sua pesquisa tem ainda como bases conceituais a psicanálise e a alquimia.

Obra de Marianne Nassuno

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Marianne Nassuno – A artista trabalha com imagens que não são claramente visíveis, a partir de sua experiência de não enxergar bem desde criança, busca um contraponto às imagens cada vez mais nítidas e explícitas que nos cercam. Seus desenhos têm como fundamento a mancha, assumem um aspecto estático, como se constituíssem flagrantes de momentos congelados no tempo. Distancia—se de uma tradição de desenho fundada na linha, o que confere às obras um caráter híbrido em diálogo com a pintura. Por meio de um meticuloso trabalho com o grafite explora as diversas tonalidades dessa matéria em sombreamentos que provocam o distanciamento das suas figuras, que convidam o observador para um olhar próximo e cuidadoso, onde ele se torna um co-criador das imagens e se compromete na invenção de um mundo visual mais pleno de significados.

[Bea]Triz de Oliveira Paiva (1984) é artista visual brasiliense. Dedica-se a pesquisar o jardim, adentrando suas profundezas. É a partir de uma caminhada pelo jardim que ela traz questões contemporâneas para o campo expositivo, tendo o caminhar como uma filosofia de ateliê, para que sua obra não tenha o cheiro de poeira dos livros que leu e ainda ecoam nela. Atravessando o rio de um lado para o outro, coleta. O encontro com a matéria é importante nos processos, gera um certo tipo de entusiasmo para as mãos que colaboram. No recorte para a mostra, grande experimentação do barro, misturando-o a materiais diversos. A relação com o barro e a organicidade da obra trazem temas como fragilidade e resistência, nascimento e morte, terra, vida, feminino, natureza e meio ambiente, mas não só. A um só tempo, lirismo e denúncia.

Ficha Técnica:

Artistas: Fiamma Viola, Isadora Jochims, Léa Juliana, Marianne Nassuno e Triz de Oliveira Paiva

Realização: Museu das Mulheres.

Direção e Curadoria Geral do Museu das Mulheres: Sissa Aneleh

Curadoria e coordenação: Suyan de Mattos.

Expografia: Sissa Aneleh

Texto curatorial geral: Suyan de Mattos e Triz de Oliveira Paiva

Textos individuais: Priscila Costa Oliveira  para Fiamma Viola, Helenice Vespasiano para Isadora Jochims, Vânia Moraes para Léa Juliana, Gregório Soares para Marianne Nassuno e Lelia Lofego para Triz de Oliveira Paiva.

Fotografia: Maisa Coutinho

Projeto gráfico: Vinícius Machado Luz

Montador: Manoel de Oliveira

Assessor de Imprensa: Renato Acha.

Exposição “Pele Barro Pedra Grafite Rio”

Abertura: 25 de agosto de 2023 (sexta-feira) às 19:00

Visitação: De 26 de agosto a 08 de outubro de 2023

Horários: De terça a domingo, das 10:00 às 20:00

Visita orientada com artistas: 23 de setembro de 2023 (sábado) às 19:00

Performance de Isadora Jochims – “Luto pós pandêmico, ativação da obra Pikachu”: dia 7 de setembro de 2023 (quinta) às 16:00

Encerramento com roda de conversa com artistas e performance de Fiamma Viola: 08 de outubro de 2023 às 15:00

Entrada franca

Classificação etária: Livre

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