O remédio
Marcelo Quirino disse: “Se uma relação é desastrosa, por qualquer que seja o motivo, ficamos mais paranóicos, na defensiva. É uma reação comum do ser humano tentar se proteger de uma próxima decepção”
Confiar no que te feriu tem quantidade? Limites? O futuro tem culpa do passado?
É muito fácil e cômodo, após a uma desilusão amorosa as pessoas falarem “amor não é pra mim”, “não quero mais isso”, “quero distância de relacionamento”, blá blá blá. Ok! O luto tem que ser vivido, mas de forma correta.
As pessoas com enfermidades, sejam elas sem amor, sem acreditar, sem confiança precisam (e muito) de um remédio chamado amor. Geralmente, em tratamentos isso é receitado por profissionais e doutores que têm propriedade para falar isso. Uma vez conversei com uma especialista, que fazia um tratamento com um determinado remédio, que lhe curou, lhe ajudou. Os dias foram passando e o remédio ao invés de ter seu efeito normal, foi causando dependência. O corpo e o coração pediam aquele remédio, mas já não fazia bem para o organismo e o cérebro sabia disso. Por mais que o nosso corpo rejeite o que há de mais danoso no nosso organismo, quando há apego e ilusão a gente não larga a dependência. O processo de desintoxicação é bem doloroso e lento, visto que, o primeiro passo é aceitar e reconhecer que o remédio que lhe fazia tão bem, lhe fazia rir, lhe causam dor. Esse processo precede o tratamento contra os químicos, são dias e dias de luta, de aceitação, até entender que foi. Foi e não deve voltar mais.
O nosso corpo precisa de novo de um remédio para a mesma doença que é amar. E agora? Como confiar em um medicamento para as mesmas causas, os mesmos sintomas anteriores, se você se tratou e o que era para te curar te feriu? Louco, louco, louco. Vou ficar doente, vou me negar. Vou me automedicar com pequenas doses. Vou me negar até entender que não quero e não preciso. De novo não. O gosto amargo daquele remédio. As memórias péssimas que ficaram. Tá, por mais que ele tenha sido bom em alguns momentos, os efeitos colaterais ficaram.
Infelizmente (felizmente) o medicamento atual é feito e prescrito pra você. A dosagem perfeita. O corpo tem esse primeiro contato, tenta até rejeitar, mas vai entendendo que esse remédio é pra você. Te faz bem, muito bem. O corpo pede mais doses de remédios, o que eram apenas para fazer uso em noites de jantar, filmes no cinema, agora vai aumentando. A sensação agora é que tu tens que casar com esse remédio. Esse remédio é o amor da vida. (Risos)
Que insanidade pensar que, por causa de um remédio prescrito errado, que não foi feito pra ti, quase te mata e te deixa traumatizado fosse ser um bloqueador para encontrar o antídoto da solidão, do desamor e do desespero e esperar é para ser medicado é muito chato. Aceitar novos tratamentos são provas de amor próprio, bem como reconhecer a necessidade do medicamento que cura, te deixa feliz e revigora.
Finalizo essa análise com um trecho muito massa da musica de Cher: “Do you believe in life after love?”, (tradução Você acredita em vida após o amor?).