O valor

Platão disse que a coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.

As moedas têm dois lados, distintos, distantes e que se completam. Muitas vezes o lado mais valioso é a cara, pois mostra o preço daquele pedaço de metal. Cara não é moeda sem coroa e vice-versa. Um sem o outro perde o valor. Entender isso se torna grandioso quando trazemos pra nossa vida. Somos o profissional, o amoroso, o espiritual, o pessoal e vários outros lados valiosos que temos.

Acreditar nesse valor ou ter o mínimo de expectativa te torna grande. Te faz estar em lugares inimagináveis, lugares que te cabem e que refletem a real necessidade de estar. Hoje em dia, no mundo que estamos, deixamos nosso valor bem abaixo do mercado, ou até mesmo não damos valor como deveria ser, principalmente pela irrelevância dada a nós mesmo em decorrência da alta autossabotagem. Valor mais alto muitas vezes é o do outro, devido até todos os lados das outras moedas presas nesse cofre louco da vida serem completas e mais caras. O outro é mais que eu?

Surreal pensar que economia teria contato direto com nossa vida. Economizar afeto, cuidados, carinhos e zelo. E assim vai indo, ao longo dos dias aquela moeda vinda da casa da moeda, tão trabalhada e cobiçada por grandes mercados estão perdidas. O detector de moedas está quebrado devido quantidade de moedas deixadas cair no fundo do mar.

O mundo ensina e nos empurra ao medíocre, à mesmice, onde reconhecer o quão bom somos nos fazem ser desumildes e prepotentes. Se nós, metal de valores não entendermos nossa preciosidade, seremos mais um metal solto por aí. Perdidos, tristes e desesperados, sem esperança alguma no que pode vir. E assim ser sem mais sem valor ainda.

O amar-se é um exercício constante e necessário, resultado do ato de se conhecer. Não há pecado nenhum se dar valor. Não há pecado nenhum em reconhecer ser o melhor. Não há pecado nenhum se provocar. O pecado é definhar e se diminuir até caber nas cotas dos medíocres. Suicídio na verdade.

Hoje o texto é sobre um dos maiores amores que possa existir. O amor próprio. Você dá o que tem. Se não tem amor, não tem como dar amor. Fingir é possível, muito possível na verdade, mas em um mundo tão cheio de metais de valor, ser real é bastante necessário.

Se reconheça, se ame, se valorize. Entenda que seus lados não precisam ser iguais, eles só precisam ser completos e ter um valor alto. No jogo da vida, quem adquiriu o maior valor, ganha.

Essa vai pra Beyoncé que disse que beleza machuca e que evidenciamos o que há de pior.