O tempo

Um autor desconhecido disse: “A felicidade é como uma borboleta: quanto mais você corre atrás dela, mais ela foge. Um dia você se distrai e ela pousa em seu ombro.”

Desde a criação, o homem consegue visualizar a passagem do tempo. O sol, grande astro, já foi o contador de tempo, mas apenas em 5000 a.C essa contagem foi dividida em 24h. Os medievais foram os grandes responsáveis pelo relógio mecânico e hoje podemos ter um em cada pulso, em cada bolso, em cada parede.

É muito ruim entender que as pessoas têm tempos diferentes. Até aceitar que o relógio das pessoas é individual. Reflete, tem gente que tem o relógio que marca as horas com ponteiros de tamanhos diferentes, tem até relógio digital. É muito ruim ver por aí um relógio exposto, marcando um horário mais cedo, até dá a impressão que o seu está tão lento, quase parando. Cara, isso é péssimo. Vemos os tempos tão diferentes, as vezes estou em 2050 e a pessoa ao lado com o relógio marcando em 1918 e você queria muito que essa pessoa estivesse no mesmo tempo que você.

As vezes meu tempo é tão louco, que eu nem mesmo me acompanho, peço algo, mas meu despertador não toca na hora. Minto. Até toca, mas eu quero mais 5 minutos, por preguiça, medo de levantar e encarar mais um compromisso que seja. Não sei, estou com preguiça e não quero agora. Ou quero? Meu relógio poderia ser um smartwatch e me dar respostas diretas e sinceras. Ou poderia encarar a verdade e parar de culpar um instrumento que marca meu tempo e não meus caminhos. Estamos falando sobre relógio ou bússola? Me perdi no tempo.

Que louco me perder no tempo, nem sei estou perdido na verdade. O relógio está no meu bolso, mas não quero aceitar que esse tempo atrasado, acelerado, diferente do outro é meu. Talvez, assim como Alice, a loucura do tempo me deixa tão atrasado. Atrasado a ponto de as vezes me colocar no lugar certo na hora certo.

Talvez esse texto hoje não seja sobre o amor. Na verdade é. Amor é espera, é conseguir identificar o tempo certo para deixá-lo acontecer e fluir. É muito ruim usar o medidor do meu tempo com o relógio dos outros. Entender nossos momentos pode ser um trabalho árduo, principalmente quando se trata de tempo. Nesse mundo caótico e imediatista, a preocupação com a chegada se torna mais importante que a vista pelo caminho. Escrever esse paragrafo me trouxe um alívio, uma certeza e vontade de aproveitar a viagem com meu próprio relógio e vivendo os minutos para chegar na hora que for para chegar, mas eu como dono do meu tempo.

Atenção senhores passageiros, o seu transporte tem a hora certa para chegar e a previsão de chegada é tanto tempo. Aprecie a viagem. Boa viagem.

Obrigado Caetano Veloso pela Oração ao Tempo. “Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso. Tempo, tempo, tempo, tempo. Quando o tempo for propício.”