“Eugene Onegin”, ópera de Tchaikovsky homenageia os 130 anos da morte do compositor
Em homenagem aos 130 anos de morte do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), Brasília recebe pela primeira vez uma encenação de sua mais célebre ópera: Eugene Onegin. Com grande elenco, coro e orquestra, o espetáculo ficará em cartaz nos dias 4, 5 e 6 de agosto no Teatro Levino de Alcântara da Escola de Música de Brasília. Para a direção musical e regência foi especialmente convidada a Maestra Priscila Bomfim, regente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que faz sua estreia em Brasília, cidade que ela faz questão de destacar como celeiro de grandes artistas que trilharam carreiras nacionais e internacionais no segmento operístico. “O que me encanta nesta obra é a forma com que Tchaikovsky descreve com detalhes as cenas, com sua orquestração por vezes singela, mas totalmente eficaz”, afirma a maestra, que promete conquistar o público da capital. “A música atrai do início ao fim da ópera e traduz os diversos sentimentos da alma humana, como o ódio, o amor, a pureza, alegria e a angústia”, complementa Priscila.
O projeto artístico foi pensado a três, afirma André Amaro, que contou na equipe com a figurinista Maria Carmen de Souza, que trouxe a coleção de indumentárias do seu ateliê Goldoni, combinando peças, reciclando roupas e ressignificando o figurino e com o cenógrafo produtor e solista Hugo Lemos, que trouxe para a cena uma imensa lona de fundo representando uma carta, como elemento por onde passam a história e o drama dos protagonistas. “Optamos por trabalhar com dois planos de atuação, que refletem atmosferas emocionais e zonas de tensão opostas. Luzes e projeções que resultam em uma estética menos clássica e mais contemporânea, como são os conflitos e temas que atravessam a história. A ideia da encenação é atravessar a frieza emocional que a ópera evoca, com uma poética visual atraente, prendendo a atenção do espectador até o último instante”, garante Amaro.
Eugene Onegin terá como protagonistas dois nomes de peso do canto lírico nacional: Homero Velho (RJ), no papel de Onegin, e Gabriella Pace (SP), no papel de Tatyana. Para Homero Velho, que encenou essa ópera em 2019 no Theatro Municipal no Rio de Janeiro, está sendo um prazer voltar à Brasília depois de dez anos, quando se apresentou aqui pela última vez. “Acho que é uma peça que encanta o público porque trata de temas universais como amor, perda, desejo e o famoso “e se”…. Independente da história se passar na Rússia czarista, os sentimentos humanos são claros e muito bem delineados pelo compositor”, frisa Homero. Para Gabriella é um sonho de muitos anos fazer o papel de Tatyana, em uma ópera que ela considera como uma das grandes obras primas da história. “Eu fico particularmente tocada, pois toda a ópera foi composta a partir da cena da ária das cartas da Tatyana, que é uma das mais belas cenas líricas já escritas”, afirma Gabriella. Cantores de referência do canto lírico brasiliense assumem os demais papéis, com destaque para Roger Vieira (Lensky) e Carol Araujo (Olga). O elenco conta ainda com participações especiais de Janette Dornellas, Clara Figueiroa, Hugo Lemos e Francisco Bento, nomes conhecidos da cena operística da cidade.
Baseada no romance em versos do escritor russo Alexander Pushkin, a ópera Eugene Onegin é em essência uma obra de caráter intimista e uma história de amores não correspondidos. Com árias introspectivas e de riqueza musical ímpar, Tchaikovsky conseguiu traduzir genialmente em música os conturbados sentimentos que habitam a vida amorosa e que igualmente permearam a sua trágica história pessoal. Paixão, ansiedade, insegurança, decepção, ciúme, felicidade, arrependimento compõem esse carrossel de emoções que faz girar a vida dos personagens. Eugene Onegin, conta com recursos do FAC- Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal- Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. Os ingressos, com preços populares, terão parte da renda arrecadada destinada a melhorias e manutenção do teatro Levino de Alcântara e da Escola de Música de Brasília.
Elenco
Eugene Onegin: Homero Velho
Tatyana: Gabriella Pace
Lensky: Roger Vieira
Olga: Carol Araujo
Príncipe Gremin: Hugo Lemos
Filipevna: Janette Dornellas
Madame Larina: Clara Figueiroa
Triquet: Francisco Bento
Zaretsky: Diego Silveira
Capitão: Gustavo Rocha
Direção Musical e Regência: Maestra Priscila Bomfim *
Concepção Cênica: André Amahro, Maria Carmen de Souza e Hugo Lemos
Direção Artística e Cênica: André Amahro
Direção de Produção e Cenografia: Hugo Lemos
Figurino: Maria Carmen de Souza
Iluminação: Marcelo Augusto Santana
Orquestra e Coro Lírico
* Artista gentilmente cedida pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Serviço
Quando: 4, 5 e 6 de agosto de 2023, às 19h
Onde: Teatro Levino de Alcântara
Escola de Música de Brasília – 602 Sul
Ingressos: R$ 20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia
Ingressos disponíveis em hl.art.br/bilheteria
Ópera em 3 atos em russo, com legendas em português
Classificação indicativa: 14 anos
Duração aproximada: 2h30